Duas coisas muito bacanas estão acontecendo hoje: 1. um encontro - uma amiga querida, que há mais de ano eu não via, vem visitar esta cozinha, com a promessa de voltar muitas vezes; 2. vamos experimentar novidades, que ela cozinha como ninguém e conhece um monte de livros - de receitas, sobre comida, sobre cozinha... sobre essa transmutação nossa de cada dia. Bem-vinda, Yára! Vamos chegando, que a água está no fogo e já-já sai o café.
Papel manteiga para embrulhar segredos: cartas culinárias
Eu sou Yára, e cozinhar é uma das coisas que faço de vez em quando porque me dá prazer. Ler e ir ao cinema... também adoro fazer. Conhece “traça de livro” e “rato de cinema”? Então você me conhece um pouco.
Papel manteiga para embrulhar segredos, de Cristiane Lisboa, foi lançado na primavera de 2006 pela editora Memória Visual. O livro, em um formato menor que o tradicional e naquele papel encorpado e cor de creme, é um convite à leitura e a sair correndo para a cozinha.
Melhor me explicar. O livro conta a estória de Antônia, uma jovem que foge de casa para estudar gastronomia, ou melhor, comida, com a Senhorita Virgínia, e na impossibilidade de usar receitas, palavra que a Senhorita nem sequer pronuncia, resolve escrever o que aprende junto com as cartas para a Bisavó Ana.
Nas cartas, Antônia vai fornecendo vislumbres da sua vida como pupila, da sua personalidade, das contradições entre os seus desejos e os de sua mãe e, claro, do seu primeiro amor.
Junto com as cartas, estão as receitas, 65 delas assinadas por Tatiana Damberg, que tem um blog e lançou A panela amarela de Alice em 2009. As receitas fazem parte das cartas, e ao lê-las temos vontade de levantar da poltrona e ir para a cozinha, recriar os aromas que são sugeridos.
Este livro é um ótimo exemplar de uma vertente da literatura em que as receitas deixam de ser apenas receitas, e evocam lembranças do passado e de terras distantes através dos aromas, sabores e texturas.
Boa leitura e boa cozinha.
Se você achou a capa do livro convidativa e resolver tomar um chá enquanto saboreia o livro, sugiro que faça um muffin salgado.
Esta receita, muffins de tomates secos ao sol e azeitonas, é de um livrinho chamado Muffins, de Helena Siegel e Karen Gillinghamm, que foi traduzido por Lorraine Muir, de 1997. Este livro faz parte de uma coleção da editora Saraiva e está esgotado, então, se você conseguir encontrar um exemplar em algum sebo ou livraria, compre, porque vale cada centavo!
A receita é a seguinte:
2 xícaras de chá de farinha de trigo (eu uso 1 branca e 1 integral)
1 colher de sopa de fermento em pó
½ colher de chá de sal
1 ovo
3 colheres de sopa de óleo escoado dos tomates (uso 2 porque sempre fica óleo nos tomates secos)
2 colheres de sopa de açúcar
1 xícara de chá de leite
¼ de xícara de chá de tomates secos conservado em óleo e escorrido
½ xícara de chá de azeitonas pretas picadas (desta vez eu misturei preta e verde e ficou muito bom)
Preaqueça o forno à temperatura de 190oC. Unte forminhas ou forre-as com forminhas de papel. Eu ligo o forno depois de organizar as forminhas, misturar os ingredientes secos e quando estou pronta para começar a juntar os ingrediente úmidos. Mas cada forno é cada forno, e você sabe quando deve ligar o seu. Eu, confesso, sou meio lenta na cozinha, então, acender o forno pouco antes de juntar os ingrediente dá tempo.
Em uma tigela, misture a farinha, o fermento e o sal, os chamados ingredientes secos. Em outra tigela, bata ligeiramente o ovo (como se fosse para uma omelete). Mexendo, acrescente o óleo dos tomates, o açúcar e o leite. Acrecente de uma vez os ingredientes secos. Mexa até a farinha desaparecer. Nada de bater, porque o fermento já está aí, e se bater muito não cresce. Mexendo, acrescente os tomates picados e as azeitonas.
Divida a massa em forminhas. Asse por 25 minutos ou até que o palito saia limpo. Assou, tire logo do forno, porque, se ficar mais tempo, vai grudar na forminha de papel.
Bom, muffin não é bolo nem cupcake. É mais rústico, prático e muito saboroso. Muffin não exige grandes bateções de ovos e manteiga e ir pondo tudo aos pouquinhos. A regra é misturar os ingredientes secos e acrecentá-los depois aos úmidos (açúcar, ovo, leite ou suco, baunilha) e, por fim, acrescentar as frutinhas ou ervas ou tomates, enfim: o sabor especial do muffin. Ah, sim! Sua massa ficou parecendo mousse...? então você acertou no ponto, porque a massa de muffin é molhadinha, aerada, sei lá, diferente de massa de bolo.
E se você não tem forma de muffin, faça como eu: use as velhas forminhas de empada forradas de forminha de papel e vá em frente!
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...ó eu me metendo no fim deste post: na estante virtual a gente acha livros do arco da velha!
Nossa, que felicidade! \o/
ResponderExcluirReencontrar amigos é tão bom! ;-D
Nesse caso é mais quem bom é: bombom.rsrsrs
Ou melhor é muffin, chá, conversa boa.
Essas dicas de livros foi incírvel e era tudo de que precisávamos.
Então, feliz reencontro para as amigas e muito obrigado por partilharem os frutos dessa amizade. ;-D