Ontem morreu Paulo Moura, um brasileiríssimo tão universal, gostado – querido mesmo, muito! – pelos mais sofisticados músicos e pelo público mais leigo, diz que pessoa generosa e afável; certamente o era no palco e nas tantas canchas que sempre deu por aí, em botecos e em casas de pompa e circunstância, sempre do mesmo jeitão, querido.
Rendo aqui singela homenagem com uma imagem muito conhecida: no programa de Rolando Boldrin em março de 2008, tocando, junto com um monte de gente que está deliciada de tocar com ele, uma composição do maestro Chico Chagas: “Pro Paulo”. E sugiro, então, inspirada por essa música, uma variação da velha e boa banana ao forno.
Eu não tinha castanhas e tinha muitas bananas, há mais de semana, bem maduras (tem aquele truque ótimo de conservação, lembra?). Mas eu também não tinha iogurte! Oh! Aqui em casa é básico, é como pão, água, canela... essas coisas... Então, fui de variação – que a cozinha é feita disso muitas vezes:
- bananas (eu tinha uma penca farta)
- leite em pó (uso desnatado)
- açúcar mascavo
- mel (usei silvestre e de laranjeira em etapas diferentes)
- noz-moscada
Elas foram pro forno (médio) picadas em rodelinhas não muito finas, regadas a mel de laranjeira (sem excesso), açúcar mascavo (umas 3 colheres de sopa) e canela em pó polvilhada (a gosto). Saíram de lá 15 minutos depois, bem macias, cremosas, na verdade (se for preciso, deixe mais tempo pra chegar a essa consistência imediatamente anterior ao desmanche total). Saíram do forno já com carinha de doce de banana.
Enquanto estavam lá, fiz uma mistura de leite em pó (umas 3 colheres de sopa), canela em pau ralada na hora (uma colher de sobremesa, mais ou menos), noz-moscada ralada na hora (uma colher de chá rasa).
Aí, depois de esfriar um pouco a terrina, quando já estava morna, misturei o pozinho na banana cremosa com uma pequena espátula de madeira, gentilmente. A ideia não é que o leite desmanche por completo, porque fica gostosinho sentir seu gosto depois de gelado. É um acabamento rústico.
Por fim, verti um pouco de mel silvestre, que é mais denso, é mel que as abelhas fazem mais autoralmente, sem controle humano das flores que frequentam. Daí a travessa vai pra geladeira e de lá só sai à noite, quando chegar minha amiga querida de Maceió, que veio curtir um friozinho aqui nesta terra.
Vamos pôr a conversa em dia e ouvir muito Paulo Moura, que, mesmo no dia em que está sendo velado, inspira encontros, aconchego, alegria entre amigos.
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