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sábado, 31 de julho de 2010

diquinhas II


Estes dias têm sido de sol e de rua, porque, quando desanda a chover por aqui ou a esfriar cinzento, todo mundo encafofa de tal maneira, que até mofa. Então, andei menos em casa, fui visitar quintais amigos, ganhei uma rosa amarela perfumada de verdade e muito milho... enfim, andei menos na minha cozinha, mas só fiz coisas legais e ainda tenho três diquinhas das boas pra dar!

maçã na salada
Uma salada só de folhas – rúcula, agrião e alface americana, todas rasgadas com a mão em pedaços médios pra pequenos, ou dois tipos de alface e endívia, ou alface lisa, alface roxa e uma outra das que já apareceram aí – com gergelim (branco, ou branco e torrado, ou branco e preto…) com cubinhos de maçã sem casca – luxo só! Todo mundo curte, mesmo os pouco afeitos a saladas. Garanto.
A maçã vai superbem com gergelim e dá um sabor incrível pras folhas. O único cuidado a tomar é picar as maçãs já na hora de servir, senão oxidam e enfeiam.
Se for do gosto do povo, acrescente passas claras, depois de meia hora embebidas no vinho ou no gim ou na cachaça… Fica de-li-ci-o-so! O-so!

banana com farofa de castanha
Esta aqui, como disse outras vezes, admite variações mis. E estes dias escreveu-me uma pessoa muito muito legal da Venezuela, dando uma sugestão que experimentei estes dias e achei sensacional: na hora de preparar a mistura de iogurte, acrescentar, pra cada dois potes de iogurte, duas colheres de chá de café em pó (bem fino) ou capuccino em pó (sem açúcar é melhor). O mais, é a receita de sempre. Uau! Trata-se de uma variação simples, mas que faz ser outro o doce.
Antes de receber essa dica, tinha experimentado esmigalhar bombons de chocolate e avelã no lugar das castanhas. Bom demais também.

fritada vapt-vupt
As fritadas – que exigem menos ovos do que as omeletes – são uma saída ótima pra uma refeição coringa. É rápido fazer, sempre ficam bonitas e podem ser acompanhadas de uma bela salada ou de arroz, feijão etc.
Esta aí foi feita pra quatro pessoas com três ovos, um talo de alho poró e uns 200 gramas de mussarela de búfala ralada. Com cebolinha fica ótimo também. E com qualquer outro queijo – o que muda bem o gosto de cada uma: um queijo mais forte cabe melhor quando a fritada é solo; um queijo mais básico (minas, padrão…) vai bem quando há outros alimentos na combinação do prato.
O importante, creio, é preparar a hora de virar a fritada, garantindo a textura: jogam-se os ovos batidos e sem sal na frigideira já quente (isso é importante!) e com um pouquinho de óleo espalhado por toda sua extensão, tampa-se, de preferência com uma tampa que tenha aquele furinho de escape, pra sair um pouco do vapor e não umedecer tanto a fritada; daí, por cima, jogam-se, em breve espaço de tempo, pra garantir a adesão de todos os ingredientes, as argolinhas de alho poró (ou de cebolinha), misturadas com parte do queijo ralado, um bom fio de azeite, uma boa pitada de sal marinho e sementes de girassol. Em fogo médio pra baixo, deve demorar uns 10 a 15 minutos pra parte superior ficar ligeiramente cozida, sem nenhuma pocinha líquida.
Aí é que vem a virada: salpica-se um pouco de queijo, deixa-se que ele derreta um tiquinho e, com um prato bem grande, tampa-se a frigideira, que, retirada do fogo, será virada num gesto seguro e certeiro. Em seguida, escorrega-se a fritada, que já terá uma unidade consistente, de volta na frigideira. Salpica-se o resto do queijo ralado sobre a nova face superior da fritada, e não é preciso mais tampar. Cinco minutinhos mais e já está.
Na hora de servir, é só escolher o lado que ficou mais vistoso. Afinal, os olhos também comem…

quarta-feira, 14 de julho de 2010

variações sobre um mesmo tema: banana



Ontem morreu Paulo Moura, um brasileiríssimo tão universal, gostado – querido mesmo, muito! – pelos mais sofisticados músicos e pelo público mais leigo, diz que pessoa generosa e afável; certamente o era no palco e nas tantas canchas que sempre deu por aí, em botecos e em casas de pompa e circunstância, sempre do mesmo jeitão, querido.

Rendo aqui singela homenagem com uma imagem muito conhecida: no programa de Rolando Boldrin em março de 2008, tocando, junto com um monte de gente que está deliciada de tocar com ele, uma composição do maestro Chico Chagas: “Pro Paulo”. E sugiro, então, inspirada por essa música, uma variação da velha e boa banana ao forno.




Eu não tinha castanhas e tinha muitas bananas, há mais de semana, bem maduras (tem aquele truque ótimo de conservação, lembra?). Mas eu também não tinha iogurte! Oh! Aqui em casa é básico, é como pão, água, canela... essas coisas... Então, fui de variação – que a cozinha é feita disso muitas vezes: 

  • bananas (eu tinha uma penca farta)
  • leite em pó (uso desnatado)
  • açúcar mascavo
  • mel (usei silvestre e de laranjeira em etapas diferentes)
  • noz-moscada
Elas foram pro forno (médio) picadas em rodelinhas não muito finas, regadas a mel de laranjeira (sem excesso), açúcar mascavo (umas 3 colheres de sopa) e canela em pó polvilhada (a gosto). Saíram de lá 15 minutos depois, bem macias, cremosas, na verdade (se for preciso, deixe mais tempo pra chegar a essa consistência imediatamente anterior ao desmanche total). Saíram do forno já com carinha de doce de banana.

 Enquanto estavam lá, fiz uma mistura de leite em pó (umas 3 colheres de sopa), canela em pau ralada na hora (uma colher de sobremesa, mais ou menos), noz-moscada ralada na hora (uma colher de chá rasa).

Aí, depois de esfriar um pouco a terrina, quando já estava morna, misturei o pozinho na banana cremosa com uma pequena espátula de madeira, gentilmente. A ideia não é que o leite desmanche por completo, porque fica gostosinho sentir seu gosto depois de gelado. É um acabamento rústico.

Por fim, verti um pouco de mel silvestre, que é mais denso, é mel que as abelhas fazem mais autoralmente, sem controle humano das flores que frequentam. Daí a travessa vai pra geladeira e de lá só sai à noite, quando chegar minha amiga querida de Maceió, que veio curtir um friozinho aqui nesta terra.

Vamos pôr a conversa em dia e ouvir muito Paulo Moura, que, mesmo no dia em que está sendo velado, inspira encontros, aconchego, alegria entre amigos.

quinta-feira, 25 de março de 2010

banana com farofa de castanha-do-pará


Ah, a princípio, nada demais: bananas, que abundam e são o máximo; castanhas-do-pará, que felizmente também têm circulado muito, com uma organização cada vez maior dos trabalhadores castanheiros – o que faz a castanha chegar bem até nós, que estamos enfiados numa metrópole. Já ouviu as canções de trabalho das quebradeiras de coco
Muitos coletivos, de mulheres sobretudo, que descascam as castanhas-do-pará cantam enquanto trabalham; frequentemente eu tenho a sensação de ter comido uma castanha encantada! Daí logo penso: “que Deus abençoe quem a encantou!”
Bem, a receita:
·      antes de mais nada, deixe muitas ameixas secas descaroçadas mergulhadas em água de laranjeira, enquanto faz o resto;

·      corte em pedacinhos miúdos muitas bananas, quantas quiser e do tipo que quiser – algumas soltam mais água, outras são mais durinhas, não importa, vai ficar bom, com as diferenças de textura características de cada tipo de banana;

·      cubra o fundo de uma travessa com os pedacinhos, pode ser em camadas se forem muitas bananas;

·      regue tudo com um bom mel – eu gosto de usar silvestre pra fazer doce, mas de laranjeira vai bem também nesta receita;

·      polvilhe um pouco (um pouco!) de canela – se for ralada na hora, faz a maior diferença! É outro aroma;

·      leve ao forno médio por 10 minutos no máximo;

·      enquanto isso, bote um monte de castanha-do-pará pra moer num processador, ou num liquidificador que aguente o tranco;

·      no finzinho da moagem, acrescente uma pitada de sal marinho e acabe de moer – não precisa ser hiperfino, não;

·      tire da geladeira os dois ou três potinhos de iogurte natural (tenho usado o de consistência firme, mas o caseiro é que é mesmo campeão!), rale um pouco da canela e acrescente um generoso fio de mel, misture gentilmente, pra preservar a textura do iogurte, guarde a mistura na geladeira;

·      tire a banana do forno e logo acrescente as ameixas embebidas na água de laranjeira, misturando tudo com vagar;

·      deixe esfriar com um paninho fino por cima, pra evitar bichinhos, etc.;

·      dê uma suave amassadinha geral nas bananas e ameixas, com um garfo, sem força, só pra provocar uma ligazinha;

·      jogue um pouco da farofa de castanha-do-pará por cima de toda essa mistura;

·      jogue, em seguida, o iogurte, fazendo uma nova camada por cima de tudo;

·      finalize com o resto da farofa de castanha sobre o iogurte;

·      ponha pra gelar pelo menos 1h antes de servir.
Desta vez não deu tempo nem de tirar a foto: comeram tudo na hora!
É um doce pouco doce, muito nutritivo, excelente para repor energias depois de práticas esportivas ou da labuta que envolve esforço físico. E podemos variar usando outras castanhas, uma mistura delas...

Em todo caso, se o espírito for outro, dá pra derreter uma barra de chocolate meio-amargo e jogar por cima do iogurte, depois da 1 hora de geladeira, e deixar um pouco de farofa de castanha pra pôr por cima dessa nova camada. 

Ó, sério: é bom demais!