segunda-feira, 22 de março de 2010

macaxeira do Dedé

aipim, maduba, mandioca... do Dedé.

Hoje um amigo que há muito muito tempo não via apareceu pra almoçar. Quer dizer, ele apareceu e eu logo convidei pra almoçar. Isso é importante, porque significa que, antes de eu saber se tinha coisinhas gostosas na casa, já fui logo convidando – era saudade e vontade de papear.
Então, com ele já instalado ali na cozinha, cafezinho na xícara e tudo o mais, vi que tinha… mandioca!
Tinha também um feijãozinho carioca de outro dia (era só esquentar), fiz um arroz integral com vermelho, que é aquele que fica mais pra úmido, ótimo pra temperar com alho poró ou folha de louro ou outra folha mais forte, porque ele pega superbem os temperos.
Tinha, ainda, dois tipos de alface, semente de girassol e manjericão fresco – fiz a salada picando tudo isso junto.
Achei, no armário dos secos, grãos de soja partidos, que cozinhei numa frigideira com aceto balsâmico e um tico de água, depois de refogar os grãos (duros mesmo) no alho.

E a mandioca tinha que ser o principal disso tudo. Mas também não havia lá muito tempo… Fiz, então, uma coisa muito muito simples, mas meu amigo gostou tanto, que achei de fazer este post: macaxeira do Dedé.
Ei-la:
·      ponha a mandioca descascada pra cozinhar no vapor – ela fica mais pra durinha; não crua, só durinha, mas bem cozida  (se for cozinhar na água, lembre-se de que tudo o que nasce embaixo da terra deve ser cozido desde a água fria, diferente do que nasce acima da terra, que só entra na água já fervendo, né?);
·      enquanto isso, refogue, num fio de óleo de arroz, uma cebola picada em quadradinhos bem miúdos;
·      quando a mandioca já estiver no ponto (um garfo a atravessa sem que ela desmanche), corte-a em pedaços irregulares (fica mais bonito) e jogue na frigideira onde está a cebola, em fogo médio pra alto (vai ficar só um pouco ali, o tempo de dar uma “chamuscada” em alguns cantinhos);
·      à parte, rale no furo mais fininho do ralador um bom naco de gengibre;
·      jogue o gengibre aos poucos na frigideira, revolvendo os pedaços de mandioca;
·      e então faça o mesmo com uma pitada de sal.
Sirva com azeite e, se tiver, alguma pastinha (eu tinha um patê de tofu com azeitona, bem suave).
É muito simples, né? E é mesmo muito boa!
Detalhe: sobrando, vai ficar melhor no dia seguinte, é só pôr na frigideira de novo, aspergir generosamente uma água filtrada, sem óleo nem nada, e ela estará mais curtidinha. Misturada com cubos de tomate fica finíssima.
Servi o almoço com um bom suco de uva. De sobremesa: creme de banana com farofa de castanha-do-pará (este eu conto outro dia, ele é simplinho toda vida também.)

2 comentários:

  1. Visitar esse blog é como estar num sonho bom do qual não se quer acordar!
    Que delícia essa mandioca. Eu adoro. Achei tão meigas aquelas criaturinhas olhando pela janela... Enfim, deixo o sonho como quem acorda prá vida!

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  2. Mmmmmhhhhh....

    Comer e cocinhar para os amigos, para filhos e amores é comer, cocinhar os Deus.

    Despertar com apetite e entrar na cocinha, preparar chá, beber pequenhos sorvos e olhar pela janela a chuva plácida regalando beijos ao cristal...

    Tocar (beijar) o pão antes de cortar uma fatia...

    Olhar abrandar-se a paste submersa em água esquentada e levemente salgada...

    Cheirar seus dedinhos depois de espremer limão...
    Não resistir as tentações e lamber os dedos untados com chocolate...

    Deleitar-se com sinfonias dos sons, cores e aromas...

    Visitar com surpresa a cocinha de Luciana para ver que coisa cozinhou... assentar-se e degustar essa macaxeira do Dedé para reconhecer sabores africanos e andinos, tropicais ou celestiais... e convidar-se a comer, toalhinha de quadros vermelhos, guardanapos à maneira de colarinho, beber a goles suco de videira...

    Agora posso dizer me gostou a preparação e, certamente, vou regressar sua cozininha !!!

    Saudações cordiais de Mediterrâneo.

    Enric

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