segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

maçã de pilequinho


Antes de mais nada, a pedidos, mostro a carinha da abóbora cavucada que fiz de novo na semana passsada.

E ofereço o link pra uma matéria muito interessante sobre cozinha molecular, simplicidade, variedade, sabor, saúde...
Agora, passo à “torta” de maçã ébria.
Com o calor que anda fazendo, apesar das chuvas de todos os dias, as maçãs que vieram na terça passada, já doces, bem madurinhas, precisavam virar alguma coisa... Eram oito maçãs das brasileiras, mas podem ser de qualquer tipo nesta receita, varia muito pouco o tempo de forno e sempre ficam apetitosas.
O negócio é o seguinte: depois de bem lavadas, as maçãs vão ficar umas duas, três horas de molho numa tigela com água e cachaça, na proporção 3 pra 1. Usei uma cachaça forte, artesanal, envelhecida em barril de madeira, que veio de Araxá. As maçãs ganham furinhos (pequenos mas profundos) feitos com um palito antes de serem mergulhadas nessa poção.
Quando já estiverem curtidas, é só cortá-las em finas fatias longitudinais, acompanhando o desenho da maçã, e ir fazendo camadas circulares numa travessa que vai ao forno. A cada camada, verte-se generosamente mel e asperge-se canela. E as camadas vão se sobrepondo com os mesmos gestos. Amém.
Por aqui foram 25 minutos de forno baixo com uma folha de papel alumínio por cima, pra não ressecar; na verdade, pra elas “cozinharem” em sua própria água – a ideia é que as maçãs fiquem bem cozidinhas. Ao tirar do forno, elas devem estar quase – quase! – desmanchando. Aí, com um garfo de dentes longos, a gente dá uma amassadinha geral, pra fazer uma pequena liga. Não é preciso amassar demais, como se fosse banana crua, por exemplo, pra fazer uma papa. É só de leve.
Por cima disso, derrama-se a seguinte mistura: 2 copos de iogurte natural (consistência firme é mais legal) mexido com mel, canela e uma colherinha de café de água de laranjeira OU água de rosas. OU. Só pra lembrar, são parfuns que devem ser usados com parcimônia, se não, ficam excessivos e roubam o solo das maçãs caneladas. 
Retomando: primeiro se mistura o iogurte com tudo isso aí, depois a mistura é distribuída sobre as maçãs assadas, algo amassadas e ainda quentes.
Deixa-se esfriar com um paninho por cima, só pra não cair nenhum bichinho, etc.
Daí, pelo menos duas horas de geladeira et voilà. Aqui na mesa, durou pouco mais de meia hora!
É que essa “torta” fica bem cremosa, docinha, aromática, mas leve como o quê. Então o povo come mesmo. Sem culpa e sem sobressalto.
Ah, desta vez salpiquei por cima de tudo, pra finalizar, umas amêndoas (cruas e cortadas em pedacinhos). Pode ser castanha de caju, castanha-do-pará, noz ou avelã – o lance é pôr pedacinhos pequenos e bem distribuídos, pra obter uma crocância certeira e agradável.
Por fim, pra quem não curte o espírito da cachaça, recomendo a mesma receita, só que com maçãs sóbrias.

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