sábado, 13 de fevereiro de 2010

utensílios úteis


Com a confusão que houve por aqui na passagem do ano – o vazamento na pia, etc. –,  “descobri” utensílios na cozinha.

Fiquei chateadíssima por ter assim tanta coisa sem uso. É incrível isso de ter – por vezes chega-se à deselegância de crer que as coisas que temos é que dizem quem somos...
Não se trata de fazer de conta que não queremos ter coisas, dá sempre pra pensar que as posses são diferentes das propriedades por isto: possuir inclui a ideia de zelar por, usar, ocupar, incluir na vida; ter a propriedade de alguma coisa já não, pelo menos não necessariamente (basta pensar na especulação imobiliária pra entender isso...).
Então, por que ter que ter lugar pra guardar 27 potes plásticos, se só se usam dez ou onze? Se os outros são de tamanho ou formato que não nos atendem bem, por que tê-los? Pode parecer bobagem à primeira vista, mas isso é sério demais. Pra ficar nesse exemplo “universal”, lembremos que os potinhos plásticos são motivo de discórdia em muitas cozinhas e, se não isso, são motivo de praguejamentos, xingos ou risadas – como quando alguém abre a porta do armário só pra pegar um copo, e uma avalanche de tampas e caixinhas rola prateleira abaixo. Por mais que se arrumem esses potinhos plásticos, é uma questão de tempo eles se insubordinarem de novo, principalmente quando há mais de uma pessoa pilotando a cozinha. Mesmo que haja combinamentos, pactos, tratos, no correr dos dias e dos usos os danados vão se amontoando... É impressionante.
Vai daí que decidi ficar com meus onze potes úteis e fui dando o resto aos poucos, pra gente que queria, às vezes com um doce dentro, uns biscoitos, coisinhas gostosas.
Com isso, ganhei um pedação de armário. E até pude voltar a ter uns três potinhos pequenos de vidro – que são mais adequados pra microondas, por exemplo, ou pra pôr coisas em banho-maria. Os plásticos, parece que não são nada indicados pra essas tarefas, né?
Voltamos com isso à questão das práticas. Mas, afinal, de que mais uma cozinha é feita? Do amor que mora na gente (e varia conforme os dias, a estação do ano e tal) e de práticas (aprendidas, herdadas, inventadas, reinventadas, assumidas, transformadas...).
Pensando nisso, queria considerar duas coisas:
1. na cozinha, o bom mesmo, acho, é ter só o que se usa. Sempre dá pra cismar de querer algo novo, porque instrumentos adequados são tudo de bom nesse fazer de oficina que é cozinhar; mas sempre dá, também, pra ir liberando aquilo que caiu em desuso ou foi um presente precipitado, etc.
Além disso, é bom ter as coisas à vista, nada de armários profundos ou que ficam num “lá fora” distante aonde nunca ninguém vai. O negócio é ter poucas peças, que sejam boas e possam estar ao alcance dos olhos e das mãos; gosto de pendurar os utensílios do dia a dia nas paredes em torno da cozinha, ou deixá-los sobre mesas, prateleiras e armários, integrados aos movimentos de circulação.
Aliás, pra quem já não é mais tão jovem e flexível, isso é uma providência bem básica pra evitar os famosos “pequenos acidentes domésticos”... aqueles que acontecem com banquinhos irregulares "pra subir ali rapidinho", ou aquela agachadinha torta que "pega de jeito o ciático".
E, ainda por cima, com os utensílios pelas paredes, fica tudo com uma cara tão boa de “lar doce lar”.
2. também fora da cozinha é bem fácil mudar algumas práticas que podem fazer muita diferença pra já e pro futuro, pra todos nós seres viventes; é o caso, por exemplo, de preferir usar produtos de higiene e perfumaria produzidos por empresas que não maltratam animais em suas pesquisas: muitas marcas muito boas estão há tempos afinadas com uma pesquisa de alta tecnologia que não se faz a custo de sofrimento, que não perpetua, a cada produto, um sofrimento. Veja aqui a lista de marcas nacionais e internacionais que estão em boa sintonia.


E agora, vamos de folia, que carnaval é bom demais!

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