quarta-feira, 2 de junho de 2010

risoto de espinafre



Já falei muito desse risoto, assim, lateralmente, porque nós aqui temos tido muito espinafre, amém! É que espinafre, além de gostosinho e saciante, tem ferro, cálcio, vitamina A e vitaminas do complexo B. Ou seja: é luxo só. Aliás, aprendi outro dia com uma vizinha nutricionista que é bom tomar suco de laranja em refeições que têm espinafre, ou usar gomos de laranja em saladas com suas folhas, pois essa composição favorece a absorção de ferro; logo, é superboa pedida pra quem anda com falta de vontade de qualquer coisa, com anemia, com melancolia...

Por aqui, lavo as folhas pra estocar, conforme contei outro dia, e no caso do espinafre, cujas folhas são bem tenras, ótimas pra saladas de inverno, vou usando em diferentes combinações. Uma delas: ficam deliciosas quando picadas junto com alface americana e regadas com um bom azeite e um condimento de mostarda bacana, tipo dijon. Com arroz e feijão fica o fino! Ou pra acompanhar tortas, quiches, suflês... hummm... hummm... hummm...
Importante: nas saladas ponho só a folha do espinafre, mas não jogo fora os talos e brotos, que têm uma quantidade enorme de nutrientes e energia e, por isso, vão pra geladeira num potinho à parte. Daí, quando já passou uma semana ou mais que o espinafre está por lá, havendo ou não folhas, bato no liquidificador com um tequinho de água, o suficiente pra máquina girar, e guardo num pote na geladeira. Dura bem uns dois dias. Você pode dar uma "amolecida" no espinafre antes de bater, aproveitando o vapor de algo que está sendo cozido; pode pôr num escorredor de macarrão, por exemplo, em cima da panela em que está fazendo arroz. Coisa pouca, minutinhos, só pra faciliatr o trabalho de batida. Ou bate cru mesmo. Por aqui, esse é o jeito de deixar encaminhado o risoto, que faço assim:

  • uma cebola grande picadíssima vai pra panela de fundo grosso e fica refogando num fio de óleo de girassol; depois de transparente, quase queimadinha, jogo uma xícara de arroz para risoto (os brasileiros – há vários já – são mais baratos e muito bons); depois jogo bastante cebolinha picada (desta vez usei da minha horta, estava tão viçosa!, aí, neste caso, pico mais grossinha, porque ela tem um sumo especial); misturo isso tudo um pouco e deixo em fogo baixo, panela semitampada, pra “defumar” um pouco o arroz;
  • enquanto isso, vou produzindo um caldo numa chaleira cheia de água: os pedaços mais feinhos da cebolinha, um preparado de manjericão em pó e sal, um dedinho de açafrão... – cada um faz o caldo de que gosta; muita gente, por praticidade, usa aqueles tabletinhos prontos (eu nunca usei, acho que têm muito sódio, não têm?). O importante é fazer um caldo gostoso, que vai ficar em fogo baixo depois da fervura;
  • aí é ir jogando, aos poucos, conchas do tal do caldo sobre o risoto, que fica sempre com pouco líquido e vai sendo mexido com uma espátula, pra não colar no fundo da panela; e também vão sendo vertidas, ao longo do cozimento, conchas do preparado de espinafre;
  • ...rega, mexe, rega, mexe, rega, mexe... até dar o ponto, que tem de ser pressentido ou percebido, porque seria falso dizer que demora x ou y: varia muitíssimo conforme cada fogão, a temperatura ambiente, os ingredientes envolvidos e sabe-se lá que outras vibrações e influências;
    • quando o arroz estiver gordinho e macio, a “massa” já deixando ver o fundo da panela a cada mexida, acrescentam-se uns dois dedos de manteiga (ou ghee), mexe-se; depois, acrescenta-se o queijo ralado na hora (usei uns 100 gramas de padrão pra esse momento, mas ralamos um pouco de parmesão pra quem quisesse pôr por cima, no prato já servido); mexe-se até tudo virar uma massa só. Pronto!

    Ah, o sal fica pra mexidona final e deve ser calculado conforme os queijos usados e os eventuais acompanhamentos, molhos, etc. É sempre bom experimentar um tico antes de salgar, às vezes nem precisa pôr sal.
    Ah 2, eu usei uma pimentinha de cheiro misturada no espinafre batido, antes de começar a regar o arroz; dá um tom mais quente - e aqui está um dia frio à beça.
    Ah 3, com tomatinho cereja em metades ou quadradinhos miúdos de tomate carmem ou italiano em volta do prato faz-se tudo parecer de gala. Hoje eu não tinha...
    De sobremesa, tivemos sagu de kiwi com raspas de laranja. Esse eu comento outro dia, que é bom demais da conta. Especialíssimo. Pra já, encerro meio sem festa, fica registrado um lamento: tanta coisa simples e boa nesta vida, mas tanta dor também... um ataque a qualquer navio já seria ruim demais, a um navio de ajuda humanitária, nossa! Que dizer?! Por isso hoje é um dia de muita perplexidade diante da investida de Israel surdamente apoiada pelos EUA... a pensarmos, todos, aonde estamos indo.

    4 comentários:

    1. Eu amo tanto risoto. Mas tenho medo de fazer. rsrsrs
      Tomara que eu consiga! Parece-me mesmo que o lance todo está naquele momento do pressentimento: eu já andei pressentindo coisas na cozinha antes da hora...

      Deus ajude a todos nós!

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    2. Feio mesmo esse bloqueio Israelense...
      Que Deus nos ilumine.

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    3. Lu querida
      que blog mais gostoso em todos os sentidos. Leitura deliciosa e dicas igualmente importantes para o alimento da alma.
      Costumo fazer a primeira 'refogada' no arroz com um copo de vinho branco e depois vou regando com o caldo de legumes.
      Vou seguir a dica para anêmicos, segmento que me incluo.
      Beijo grande e parabéns
      Selma

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    4. Lulu, minha irmã querida!

      Risoto!E não é que estava conversando sobre isso com Salum? Vou pedir que ele entre e veja o seu recado.Beijo grande minha querida!Mota

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