sábado, 19 de dezembro de 2009

ghee - manteiga clarificada

Puxa, semana destrambelhada esta! De certo modo, é um destrambelhamento divertido, porque pode ser ocasião pra uma renovação da rotina.

Os últimos dias foram de muito trabalho em casa, e as refeições foram espalhadas pela rua, casas de amigos, por aí... - houve reuniões de encerramento, confraternizações variadas, a soleníssima reinauguração do Museu da Faculdade de Medicina da USP (que virou um centro de documentação belíssimo!), o concerto de encerramento da OSESP (que teve um ano sofrido, meio órfão da força apaixonada que a regia...) e amigos queridos chegando de alhures, paulistanos que lograram ir morar noutras plagas, onde a vida é mais vivível.

Espantados com a feiúra da cidade, com o odor dos bairros que têm seus esgotos arrebentados pelas chuvas e pela má administração dessa problemática, também com os 30 km/h que são a média de deslocamento no cotidiano..., esses amigos recém-chegados sentam-se na minha cozinha pra contar das saudades que têm daqui e que, no entanto, não podem matar: todas as opções culturais e tudo o mais que se costuma elencar como vantagem desta terra está sucumbindo a um mal-viver, que embrutece e adoece a maioria das pessoas...

Mas as rodas de cerveja na cozinha são feitas também das notícias que esses queridos trazem de onde vêm, muitas delas confortantes e inspiradoras - ainda bem! E tem toda essa ternura simples do encontro entre os que se querem bem e gostam de estar na conversa solta, ouvindo uma boa música, beliscando coisinhas - castanhas, damascos, uvas-passas e outras coisas de que falarei outro dia.

Hoje, conforme prometi dias atrás, fecho com a manteiga clarificada (sem gordura saturada) feita em casa. Pra quem quiser dicas de como produzir a manteiga em grande quantidade para estocar, inclusive usando ervas e outros sabores, vale um pulinho aqui.


manteiga clarificada

Compre uma boa manteiga (eu uso sem sal, porque a manteiga já é saborosa per si e, inclusive, porque você pode acrescentar coisas mais legais, como o gersal ou ervinhas etc.). Ponha o tablete de manteigra numa frigideira em fogo beeem baixinho, bem. Aos poucos, vai começar a sair um espuma branca - a tal da gordura saturada - que você tira com uma boa colher, como aquelas grandonas de servir arroz: você vai tirando essa camada de espuma esbranquiçada que faz bolhinhas na superfície e dispensa (ou guarda pra fazer pastéis de nata e outros quitutes desses natalinos, se quiser). Ponha, depois, num potinho (que pode ter tampa ou não), misture o gersal e outras ervas (ou nada) e geladeira nela. Vai ficar durinha como manteiga, de um amarelo mais forte e um sabor muito agradável. Você pode passar no pão e usar em preparos variados: legumes na manteiga, macarrão, refogados...

É muito mais legal comer essa manteiga do que ir parar nas margarinas, né? Com a margarina, perde-se em sabor e, sinceramente, suspeito de que se perca em nutrientes e tudo o mais. Já experimentou deixar um pote de margarina aberto na lavanderia por semanas? Não aconhece nada, não apodrece, não funga... Esquisito, né?


Bem, e já que manteiga é uma dádiva, reconheçamos quem nos brinda com ela: dê um pulinho no site da WPSA e veja só o que rola - mudar algumas práticas pode mudar muita coisa no mundo! É bom isso de estar ao alcance participar da transformação que nos transcende e, assim, também nos beneficia, né? Vá lá.

Vamos lá!

Um comentário:

  1. Lu, quedé con ganas de preparar esa receta y, quien sabe, asumir de una vez por todas el tradicional desayuno de los paulistanos: café negro, pan y mantequilla!

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