domingo, 3 de janeiro de 2010

maçã e canela no papel de arroz



Alô, 2010!
Que venha, ano bom. Cá estamos, interessados na peleja.

Foi mesmo de peleja minha entrada neste 2010.
Descobrimos um vazamento na pia da cozinha, daqueles que vão gotejando aos poucos, umedecendo tudo, depois embolorando cabos, e de repente há um cheiro de mofo danado, que toma a cozinha a cada vez que se abre a porta do gabinete onde moram as panelas.

Felizmente, descobriu-se logo o que era e as providências estavam ao alcance. Ou seja, tudo resolvido com silicone e uma borracha pro sifão. O mais foi tirar tudo... panelas, panos, talheres... limpar os armários por dentro, deixar abertos de um dia pro outro e ir voltando com as coisas, lavadas todas elas... Como se vê, coisa simples mas trabalhosa. As cozinhas têm disso. As casas têm. As vidas.

No fim das contas, me dediquei à tarefa com serenidade, resignada. E acabou acontecendo uma triagem interessante, um rearranjo de muitos utensílios, inclusive com outros armários,  muita coisa saiu deles, várias com destino certo – aquelas coisas que são úteis mas nunca usamos... Pois umas quantas dessas vão agora ser mesmo úteis alhures.

Já ia tergiversar sobre essas atividades de limpeza e renovação, etc., mas é que houve mais peleja enquanto se davam esses cuidados com as águas da pia, e é esta outra que interessa aqui: eu queria aprender a usar papel de arroz, aquele com que são feitos os rolinhos primavera chineses e tailandeses. É uma película de sabor muito suave, que pode recobrir recheios doces ou salgados, com molhos variados também (usa-se muito hoje para fazer aqueles bolos com fotos, isso mesmo: imprime-se no papel de arroz, que é comestível).

Mas eu não queria fritura, que é o mais usual. Eis o primeiro problema que tive: decidi não fritar, mas cozinhar no vapor. Ficou ruim, borrachento. O papel de arroz é tão delicado no preparo quanto resistente depois de umas horas de geladeira. Li sobre isso só depois de ter visto acontecer...

Fiz mais uns testes, encontrei com uma figura muito bacana na internet que me contou o pulo do gato, e deu certo. De novo, a questão não é muito saber quais são os ingredientes da receita, mas o modo de tratar os ingredientes, veja:

... começa-se pelo recheio. O meu foi: cubinhos bem pequenos de 3 maçãs (com casca), um pouco de açúcar mascavo (uma colher de sopa rasa), mais umas duas colheres de sopa de mel – mistura-se bem e acrescenta-se canela em pó. Com canela ralada na hora fica especial!

Mistura-se bem tudo isso aí, que vai descansar um pouco, curtindo. Pode-se acrescentar alguma bebida como rum, conhaque, cachaça. Bem pouquinho, só pra dar um “parfum”.


Aí começa o artesanato: cada uma das folhas (o papel de arroz é vendido, em geral, em folhas redondas) será mergulhada numa travessa grande com água quente, por 3 a 4 segundos. A folha vai ficar hidratada e ainda transparente (se deixar muito tempo ali ou se a água estiver quente demais, mais do que sua mão aguentar, a folha vai cozinhar e ficar branca). Depois, ela é estendida sobre um pano de prato (que vai retirar o excesso de água), sobre ela, duas colheres de sopa do recheio, e aí é dobrar as trouxinhas.


Numa forma untada com óleo (se preferir, com um pouco de farinha de trigo), as trouxinhas são ligeiramente umedecidas com as pontas dos dedos, polvilha-se um pouco de canela sobre elas (pra quem gosta mais docinho, pode-se polvilhar também um pouco de mascavo) e forno!

Importante 1: o forno estará pré-aquecido a temperatura média, e assim seguirá por 15 minutos ou até a casquinha ficar crocante. Lembre-se de que não vai ficar dourado: é farinha de arroz, e não está sendo frita; por isso é preciso ir vigiando na primeira vez, pra perceber a hora certa de tirar do forno.

Importante 2: enquanto são feitas as trouxinhas, é bom deixar uma chaleira com água quente em fogo bem baixo, só pra manter aquecida, pois as folhas têm de ser mergulhadas em água quente, se não, não ficam crocantes.


Importante 3: enquanto umas trouxinhas esperam as que estão sendo feitas, devem ficar na travessa em que vão ao forno cobertas por um pano umedecido, pra garantir a textura.

Já imaginou quanto recheio diferente dá pra pôr nessas trouxinhas?! Banana e canela, legumes em tiras, massinhas à base de queijo... Um achado, não é?

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