segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

suflê de couve-flor


Et voilà, é dia 21/12, já combinamos quem vai olhar os bichos de quem quando: os gatos e cães ficam assim neste período de festas, cuidados por amigos e amigos de amigos, o que é, para além de útil, um símbolo muito bacana da fraternidade, da corrente de bem-querer. Os bichos são sempre isto pra nós: lembram-nos da nossa condição humana; no caso, da humanidade em sua expressão mais singela, essa do amor de graça que devotamos a eles e, sobretudo, eles a nós; essa do carinho solto, do aninhamento caloroso, da alegria boa sem compromisso. Vivas aos bichos!
Só que foi tanto cafezinho e troca de chaves e instruções, além das despedidas cheias de votos de um ano bom, que o horário do almoço ficou apertado. E, na geladeira, umas últimas cenourinhas mais uma couve-flor esperavam com aquela cara de “é hoje ou nunca!” Então era hoje. Fomos de suflê, que é um jeito relativamente rápido de deixar linda e bem gostosinha qualquer conjunção de legumes.
Fiz assim: pus o arroz pra cozer (fiz aquele de vários tipos de grão, com cebolinha e alho poró – é só pôr uma fita de cada junto com o arroz, depois joga-se fora, na hora de servir); e também pus a couve-flor numa panela alta, com pouquíssima água no fundo, deixei-a semi-aberta (uns 10 ou 15 minutos em fogo baixo, só pra couve-flor amolecer, porque ela ainda vai assar); daí, no liquidificador, pus:
-       as cenourinhas (umas 4 ou 5 daquelas pequeninas, orgânicas, sabe?)
-       1 copo de leite (uso leite em pó desnatado, faço uma diluição mais pra forte)
-       1 farta colher de sopa de manteiga (uso a clarificada, de que falei ontem)
-       1 singela colher de sopa de farinha de trigo branca (que também compro da rede Sementes de Paz, de que falei outro dia; é uma farinha ótima!)
-       1 colherinha de café de sal (uso sal light ou marinho)
-       1 fatia gordinha de queijo (uso padrão ou meia cura pouco salgado)
-       1 belo dente de alho
-       1 cebola pequena
Bati bem.
Untei com um tico de manteiga e um tico de farinha de trigo branca uma forma (uso uma dessas redondas de cerâmica, o calor dela mantém o suflê “infladinho” por mais tempo – é que acho bonito, vê se pode!?) e salpiquei amendoim pra ser o fundo do suflê, dos graúdos sem casca. Com castanhas ou gergelim também fica delicioso!
A seguir:
-       separei as arvorezinhas de couve-flor no tamanho mais miúdo que ficam sem desmanchar sua forma, as partes mais grossas dos talos foram pro liquidificador
-       onde acrescentei 4 gemas de ovo (de galinhas soltas e felizes, claro!)
Bati bem.
Então, à parte, bati as claras em neve (uso um mixer velhinho, anos 1980, tão fofo, mas pesaaaaado!) e espalhei as arvrinhas de couve-flor sobre os amendoins; sobre elas, bastante cebolinha picada bem fininha, um pouquinho de sal (a couve-flor está sem tempero, né?) e um parcimonioso fio de azeite por cima, só pro sal escorrer, temperando-as.
Agora, o pulo do gato de todo suflê: aos poucos, derrame a massa que está no liquidificador sobre as claras em neve, misture um pouco, sempre de baixo pra cima (e não como se mexesse açúcar no café, pois assim o suflê ficaria menos aerado); acrescente mais da massa, misture um pouco, sempre gentilmente, sempre de baixo pra cima e, de preferência, com uma colherona – como aquelas de servir arroz. Faça a operação sem pressa, com gestos parecidos com os de tai-chi-chuan, até que toda a massa do liquidificador esteja misturada às claras em neve.
Finalmente, só resta despejar essa nova massa (sempre com a gentileza de quem entende o quanto o suflê é sutil) sobre o fundo que está montado na travessa de cerâmica. E, sobre tudo isso, bastante queijo ralado (misturei branco e padrão).

 Ah, o forno já estará quente, a temperatura média (liguei antes de começar a bater as claras). Em cerca de 20 minutos o suflê fica lindo! Com uma cor vibrante, por causa das cenouras.
Use o tempo de forno pra montar uma bela salada. Assim, quando  estiver pronto, é só servir. Todo mundo gosta de ver um suflê sair do forno e chegar à mesa – é um momento quase místico, não é? Aliás, a comida – quem não sabe? – é feita de muito mais coisa do que os ingredientes culinários...

2 comentários:

  1. Que beleza! Couve-flor é um espetáculo mesmo. Em forma de suflê, então...

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  2. Eu amo os suflês todos.
    Mas esse está irresistível!
    Fiquei com água na boca...

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